quinta-feira, 18 de junho de 2009

Características do Conteúdo - 3º Parte - Classificação / Categorização do Conteúdo

“O homem não tem condição de lidar com cada entidade que existe no mundo de forma separada, por isso ele agrupa as entidades de acordo com características em comum. Quanto mais grupos ele cria, mais entidade consegue lidar” (Amstel, 2005).

Segundo Reis (2005) e Lima (2007) categorizar é “agrupar entidades (objetos, idéias, ações, etc.) por semelhança” e Reis (2005) ainda completa dizendo “essa é uma habilidade natural que a mente humana usa para compreender o mundo ao seu redor”.

O ato de categorizar é feito com o intuito de facilitar o agrupamento de elementos que possuem propriedades em comum. Reis (2005) coloca ainda em seu texto a citação de JACOB e SHAW (1998, pág. 155) em que eles afirmam que categorizar “não apenas facilita o armazenamento da informação, mas também reduz a demanda da memória humana”.

Existem várias formas de classificar o conteúdo entre os mais comuns estão ainda os primeiros sistemas de classificação baseada na teoria clássica de Aristóteles, onde é criada uma grande quantidade de hierarquias levando em conta a semelhança entre os elementos.

Conforme Lima (2007) “na categorização, o reconhecimento das similaridades e diferenças leva à criação de um conhecimento novo, pelo agrupamento de entidades, de acordo com as similaridades e diferenças observadas”.

Segundo Reis (2005) esse tipo de sistemas de classificação “são mais adequados à preservação de acervos do que a transferência de informação e conhecimento porque retratam bem apenas relações do tipo gênero-espécie e dificultam a criação de novos conceitos a partir da união de conceitos anteriores”.

Um dos sistemas mais utilizados baseado na teoria clássica é a Taxonomia, que segundo Amstel (2005) “é uma forma de classificação caracterizada por relações hierárquicas” e o site TerraForum acrescenta que taxonomia “podem ser definidas como sistemas para organizar, classificar e facilitar o acesso à informação”. Segundo Lima (2005) “os membros de uma taxonomia são relacionados por suas características necessárias e suficientes”.

O outro modelo utilizado para categorização é Modelo de Protótipo que segundo Lima (2007) “o princípio fundamental deste modelo sustenta que as categorias são organizadas em torno de protótipos centrais”, ou seja, os elementos são associados a uma categoria se eles são suficientemente similares ao seu protótipo. Um pardal é mais prototípico para categoria ave do que um pingüim.

A classificação de um conteúdo vista em um primeiro momento seria utilizada apenas para organização do mesmo, mas, ao se fazer à classificação do conteúdo pode-se fazer também uma definição ou separação do conteúdo para quem ele se destina. O conteúdo é criado para que alguém possa consumi-lo e definir quem pode ou irá consumir é uma das preocupações que se deve ter quando se trabalha com conteúdo.

Devem ser levantados quais os tipos de conteúdo que são gerados, quais são os perfis dos consumidores de conteúdos e qual é a melhor forma de organizar os mesmos.

Organizar o conteúdo de forma a facilitar o acesso ao mesmo é uma premissa para qualquer gestor de conteúdo. Imagine um portal onde os conteúdos sobre esporte, economia, política e culinária estejam misturados. As pessoas irão acessar esse portal, tentarão acessar o conteúdo que lhe é de interesse, mas terão uma grande dificuldade em encontrar, pois os assuntos estão todos misturados. Provavelmente nunca mais vão acessar esse portal.

Fontes:
AMSTEL, Frederick van. Classificações na Web. Disponível em: http://www.usabilidoido.com.br/classificacoes_na_web.html. Acesso em 13 abr. 2007.
Lima, G.A.B. Categorização como um processo cognitivo. Ciências & Cognição; Ano 04, Vol 11, 156-167. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org. Acesso em 03 set. 2007.
REIS, Guilhermo. Centrando a Arquitetura de Informação no usuário. Disponível em: http://www.guilhermo.com/ai_biblioteca/referencialink.asp?referencia=243. Acesso em 15 junho 2007.

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