quinta-feira, 18 de junho de 2009

Características do Conteúdo - 4º Parte - Metadados

Boiko (2005) define que conteúdo é informação mais data, pois o conteúdo é formado de metadados que descrevem as informações do conteúdo, ou seja, os dados são utilizados para fornecer uma versão simplificada do contexto e idéia acerca da informação, são os chamados metadados.

Alcantra (2004) define metadados da seguinte forma:

Todo dado utilizado para descrever, indexar, recuperar ou qualificar dados ou fontes de dados, sejam estes (dados ou fontes) estruturados em base de dados ou não, obtidos por meio de tecnologia ou não, para utilização em quaisquer sistemas de informação com propósito de atender a necessidades de negócios, tecnologia e usuários, devendo fornecer contexto e podendo indicar o grau de qualidade relativo aos mesmos.

Os metadados são utilizados para fornecer informações sobre o conteúdo. Esses metadados podem ser, por exemplo, os dias em que cada fase do ciclo de vida aconteceu e seus respectivos responsáveis, a qual classificação esse conteúdo pertence, o status atual do conteúdo e tantos outros mais existentes.

Fazer o levantamento de quais metadados serão necessários para o conteúdo é outro trabalho que deve ser realizado pelos gestores de conteúdo. Os metadados são um dos grandes facilitadores no gerenciamento de conteúdo, pois com eles pode-se saber quem criou ou modificou o conteúdo e se ele está disponível para o público.

Os metadados não fazem parte do corpo do conteúdo, mas eles podem auxiliar no entendimento e gerenciamento. Um exemplo dado por Alcantra (2004) que mostra bem esse contexto é de “buscar uma determinada informação em um banco de dados sem que se conheça o real significado de cada um dos objetos ali armazenados”. Se não se sabe o que aquele dado quer dizer então, dificilmente se saberá como utilizá-lo.

Lourenço (2007) cita em seu trabalho a tabela criada por Gilliland-Swetland (2002, p.5) que contém os tipos de metadados e suas funções. Ele dividiu os metadados em cinco tipos para melhor classificar.

Administrativo são metadados utilizado na administração de recursos de informação. Ele cita como exemplos aquisição de informação, direitos de reprodução, critérios de seleção para digitalização etc.

Descritivo são metadados para descrição de recursos de informação. Cita como exemplos catalogação de registros e índices especializados etc.

De Preservação são metadados utilizado para preservação de recursos de informação. Cita como exemplo documentação das condições físicas dos recursos etc.

Técnico são metadados utilizado para conhecer as funções de um sistema ou o comportamento dos metadados. Sita como exemplos hardware e software, dados de segurança, documentação etc.

De uso são metadados relativo ao nível e tipo de uso de um recurso de informação. Cita como exemplos registros de exibição, sumário de re-uso e de versões etc.

Para Gestão de Conteúdo todos esses tipos de metadados podem ser utilizados, vai depender muito de qual grau de detalhe o gestor vai adotar.

O tipo Administrativo poderá ser utilizado para armazenar, por exemplo, a forma de aquisição do conteúdo, o site UOL faz parcerias com outros sites e revistas para disponibilizar o conteúdo dos mesmos e os dados dessas parcerias podem ser colocadas nesse tipo de metadados.

O tipo Descritivo poderá armazenar uma versão simplificada do contexto do conteúdo, segundo Lourenço (2007) ele pode ser utilizado ainda para tratamento dos recursos informacionais, usando conjunto de técnicas de catalogação, classificação e indexação da Ciência da Informação.

O tipo de Preservação pode ser utilizado para armazenar a fonte do conteúdo como autor, site, revista e outros.

O tipo Técnico pode ser utilizado para armazenar hardware e software necessário para visualização do conteúdo, por exemplo, se o conteúdo for um arquivo no formato “pdf” ou “doc”.

Já o tipo de Uso pode ser utilizado para armazenar o perfil dos usuários que pode acessar o conteúdo.

Como dito anteriormente, a utilização dos tipos de metadados vai de acordo com a necessidade do projeto, sendo que o mais utilizado é o descritivo que normalmente são colocados às características do conteúdo armazenado como a classificação do mesmo, por exemplo.

Fontes:
ALCANTRA, Alexandre de. Metadados - Conceitos e uso expandidos. Disponível em: http://datamodelling.com.br/site/upload/conceitos/Metadados%20-%20Conceito%20e%20Uso%20Expandidos.pdf. Acesso em 01 mar 2007.
BOIKO, Bob. Content Management Bible, 2nd Edition. Indianapolis: Wiley Publishing, 2005.
Lourenço, Cíntia A. METADADOS: o grande desafio na organização da web. Disponível em: http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/viewFile/466/625. Acesso em 23 ago 2007.

Características do Conteúdo - 3º Parte - Classificação / Categorização do Conteúdo

“O homem não tem condição de lidar com cada entidade que existe no mundo de forma separada, por isso ele agrupa as entidades de acordo com características em comum. Quanto mais grupos ele cria, mais entidade consegue lidar” (Amstel, 2005).

Segundo Reis (2005) e Lima (2007) categorizar é “agrupar entidades (objetos, idéias, ações, etc.) por semelhança” e Reis (2005) ainda completa dizendo “essa é uma habilidade natural que a mente humana usa para compreender o mundo ao seu redor”.

O ato de categorizar é feito com o intuito de facilitar o agrupamento de elementos que possuem propriedades em comum. Reis (2005) coloca ainda em seu texto a citação de JACOB e SHAW (1998, pág. 155) em que eles afirmam que categorizar “não apenas facilita o armazenamento da informação, mas também reduz a demanda da memória humana”.

Existem várias formas de classificar o conteúdo entre os mais comuns estão ainda os primeiros sistemas de classificação baseada na teoria clássica de Aristóteles, onde é criada uma grande quantidade de hierarquias levando em conta a semelhança entre os elementos.

Conforme Lima (2007) “na categorização, o reconhecimento das similaridades e diferenças leva à criação de um conhecimento novo, pelo agrupamento de entidades, de acordo com as similaridades e diferenças observadas”.

Segundo Reis (2005) esse tipo de sistemas de classificação “são mais adequados à preservação de acervos do que a transferência de informação e conhecimento porque retratam bem apenas relações do tipo gênero-espécie e dificultam a criação de novos conceitos a partir da união de conceitos anteriores”.

Um dos sistemas mais utilizados baseado na teoria clássica é a Taxonomia, que segundo Amstel (2005) “é uma forma de classificação caracterizada por relações hierárquicas” e o site TerraForum acrescenta que taxonomia “podem ser definidas como sistemas para organizar, classificar e facilitar o acesso à informação”. Segundo Lima (2005) “os membros de uma taxonomia são relacionados por suas características necessárias e suficientes”.

O outro modelo utilizado para categorização é Modelo de Protótipo que segundo Lima (2007) “o princípio fundamental deste modelo sustenta que as categorias são organizadas em torno de protótipos centrais”, ou seja, os elementos são associados a uma categoria se eles são suficientemente similares ao seu protótipo. Um pardal é mais prototípico para categoria ave do que um pingüim.

A classificação de um conteúdo vista em um primeiro momento seria utilizada apenas para organização do mesmo, mas, ao se fazer à classificação do conteúdo pode-se fazer também uma definição ou separação do conteúdo para quem ele se destina. O conteúdo é criado para que alguém possa consumi-lo e definir quem pode ou irá consumir é uma das preocupações que se deve ter quando se trabalha com conteúdo.

Devem ser levantados quais os tipos de conteúdo que são gerados, quais são os perfis dos consumidores de conteúdos e qual é a melhor forma de organizar os mesmos.

Organizar o conteúdo de forma a facilitar o acesso ao mesmo é uma premissa para qualquer gestor de conteúdo. Imagine um portal onde os conteúdos sobre esporte, economia, política e culinária estejam misturados. As pessoas irão acessar esse portal, tentarão acessar o conteúdo que lhe é de interesse, mas terão uma grande dificuldade em encontrar, pois os assuntos estão todos misturados. Provavelmente nunca mais vão acessar esse portal.

Fontes:
AMSTEL, Frederick van. Classificações na Web. Disponível em: http://www.usabilidoido.com.br/classificacoes_na_web.html. Acesso em 13 abr. 2007.
Lima, G.A.B. Categorização como um processo cognitivo. Ciências & Cognição; Ano 04, Vol 11, 156-167. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org. Acesso em 03 set. 2007.
REIS, Guilhermo. Centrando a Arquitetura de Informação no usuário. Disponível em: http://www.guilhermo.com/ai_biblioteca/referencialink.asp?referencia=243. Acesso em 15 junho 2007.

Características do Conteúdo - 2º Parte - Responsável pelo Conteúdo

O conteúdo não se cria, não se atualiza, não se disponibiliza, não se arquiva e nem se elimina. Para que essas ações ocorram são necessários pessoas ou sistemas que façam isso por ele. Para todo conteúdo deve haver no mínimo um responsável seja ele uma pessoa ou um sistema. Esse gestor será responsável por passar o conteúdo para cada estágio do seu ciclo de vida. O responsável muitas vezes não é a pessoa quem criou o conteúdo, mas é a pessoa quem define quando os estágios devem acontecer.

Pode ocorre também que em cada fase do ciclo de vida tenha um gestor diferente. Um exemplo dessa situação é imaginar um site de notícias. Nele pode existir o repórter quem cria o conteúdo, o editor quem faz a atualização e publica o conteúdo e um sistema que se encarrega de arquivar e eliminar esse conteúdo. O importante é que em cada fase exista pelo menos um responsável.

Uma discussão que envolve esse é assunto e que é tratado por Robertson (2002) é da centralização ou não do gerenciamento de conteúdo, ou seja, colocar poucas pessoas para gerenciar todo o conteúdo ou muitas pessoas responsáveis pelos seus conteúdos.

Segundo Robertson (2002) não existe um modelo certo ou errado para centralizar ou não a gestão de conteúdo, o que existem são vantagens e desvantagens em cada uma das situações e as empresas devem estudar cada uma das opções e definir qual se ajustar mais a sua situação.

Um fórum pode ser um exemplo de gestão de conteúdo descentralizado. Nele cada assunto ou tópico pode ser gerenciado pelo seu criador, isso dá autonomia para que cada criador aplique suas próprias políticas, como pessoas que podem acessar e escrever, tipo de conteúdo aceito e gerenciamento das mensagens escritas.

Já um portal normalmente segue o modelo de gestão centralizada. Normalmente existe um redator que cria o conteúdo só que antes de ser publicado tem que passar pela autorização de um editor que verifica se o conteúdo pode ser publicado ou não. Esse editor passa a ser o gestor desse conteúdo, pois é ele quem define as políticas desse conteúdo nessa determinada fase.

Fontes:
ROBERTSON, James. So, what is a content management system?. Disponível em: http://www.steptwo.com.au/papers/kmc_what/index.html. Acesso em 03 abril 2007.